O espinho que me perfura
chama-se tempo
e adentra a cada segundo,
mais fundo, mais fundo.
O tempo que me percorre
rói, corrói mas não acaricia
em cicios de fins de tarde,
ao contrário, arde feito fogo:
selvagem.
O ácido que me descarna
chama-se tempo
e adentra cada poro:
ali põe seus ovos de tormento.
Trespassa, tempo, meu tempo de ócio,
meu tempo de ácido.